quinta-feira, 18 de junho de 2009

Café frio

Ficou o seu café na ponta do leito, frio, vazio,

sem nada, sem gosto, sem cor
tal qual um poço de solidão não adoçado.


Passe a caixa de cigarros, - acende
...preciso aquecer a voz pra falar do nada
me desfazer do medo e do silêncio.


Só por hoje inventei meus brinquedos e meus amigos
e gritei tão alto que nem eu mesmo me ouvi...

A xícara acaba de cair
rapidamente seus fragmentos me cobrem
e o vermelho começa manchar minha pele.


Segure minha mão bem perto da sua.
...deixa jorrar meu sangue em seu corpo.
Não olhe.
Só ficou o cheiro e o sangue.

Uma lágrima começa lavar minha face.
e eu não consigo dizer nada, absolutamente nada.


...sobre a mesa de vidro um café quebrado,
gotas de sangue e um infinito de lágrimas.

Um comentário:

  1. Nossa Graci amei esse poema, muito profundo, me fez lembrar várias "coisas" do meu passado... Parabéns amigo...

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