sábado, 24 de outubro de 2009

VAZIO COVARDE

Reparo você,
assim,

no mesmo lugar, vazio, fútil.
Me parece que o oco tomou conta de você,
pode ser...
Não quero ter tempo para falar seu nome,
nome de infância, falso.

Pra que brilhos se eu sei que no íntimo és fosco e podre?
Sua casca não engana, me enganou um dia, hoje não mais
seu escudo é vulnerável, indefeso e frágil
e as armas que tenho já o venceram.

A batalha terminou
e eu não espero mais nada de você,
covarde!
O dia amanheceu, e tu?
fugiu da guerra que criou...

De tudo ficou o ódio, amargo
machucou e feriu

- mas não deixou feridas
não foste capaz de dizer nada....
como as águas do mar, ficou o salgado
pedaços de sorrisos e só.



(inverno de 2007)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Palavras mudas

Não tente entender meu silêncio,
minha timidez e meu recato.
Queria saber falar para poder falar,
- expressar meus sentimentos
de forma clara, limpa e aberta,
assim como os pássaros cantam
sem ninguém para os compreender...

ele toma conta de mim, trava,
como as veias que nos amarra e nos sufoca
mas que nos oferece a vida
uma palavra?

eu não consigo...
Só, igual a solidão na noite escura.

Me falta o sopro
Não sinto minha respiração
e num instante lágrimas tomam conta do meu rosto

fazendo uma vertente que seca e por vezes inunda.

Leia meus gestos, escute minhas emoções
... é o único sinal que sei fazer
Olhe nos meus olhos e escutará meu silêncio
Eu sei gritar em sentimento
E sei cantar sem voz.
Deixo aqui as lembranças de um tempo,
Ficam aqui os pedaços e as memórias...
Deixo as palavras não ditas
as bebidas não bebidas,
os filmes não vistos
e os passeios paralíticos.

Me desfaço do escuro, da fumaça e da loucura
Rasguei as cartas...
- ânsias
Estou tonto e é tarde para voltar,
Fica comigo, aqui,
-apenas.